HOSPITALidade

A HOSPITALidade tem um poder curativo que circula simultaneamente em duas vias: a que acolhe afetuosamente e a que assim é acolhida.

Quando acolhemos alguém de braços e peito abertos nos expomos de dentro para fora e de fora para dentro e isto sempre nos mostra em que podemos melhorar, nos fortalecer e crescer. Quando abrimos as portas de nossas casas e as comportas de nossas rotinas para acolhermos alguém somos – de alguma forma – convidados a revermos a própria intimidade e os mecanismos que a sustenta. Ao fazermos este movimento acionamos um poder de cura inestimável que vai muito além de qualquer tipo de medicina.

Por outro lado, quando somos e nos sentimos acolhidos com especial atenção e carinho nos desarmamos e nos derretemos e aí, bem aí, nos damos conta de que SOMOS TODOS UM. Ao nos desarmarmos encontramos aquela maleabilidade que dissipa resistências, que dissolve dores e temores, que promove encontros tão verdadeiros que dão aquela gostosa sensação de estarmos em casa, sem grandes demandas ou formalidades, simplesmente em casa.

Na hospitalidade damos o melhor de nós, e quanto mais o fazemos mais inteiros nos sentimos. Já foi dito que ninguém cura ninguém, contudo, ninguém se cura sozinho… A vida é mesmo a arte do encontro e a HOSPITALidade é o lapidar desta arte. 

Manúcia Passos de Lima