Fisga quem se arrISCA

fisga quem arrISCA

Quem já sentiu aquele friozinho na barriga ao se expor a novas experiências bem sabe que pouquíssimas coisas na vida nos rejuvenescem, nos animam e nos integram tanto quanto o sabor e o saber de se arrISCAR e colocar em cheque os próprios hábitos, as próprias manias e as próprias crenças.

Segundo a cultura popular, que tem razoável credibilidade, arrISCAR é petISCAR e é bem mais gostoso e nutritivo que se empanzinar com coisas do tipo: “não sei e não quero saber” ou “não li e não gostei”.

ArrISCA-se quem se expõe a novos cardápios e repertórios, novos trajetos e aromas, novas companhias, novos passos e compassos, novas questões e interrogações, novos conceitos, novos olhares e flertes… Enfim, arrISCA-se quem abre o leque e ventila múltiplas possibilidades.

Arrisca-se quem deixa de ser sempre anfitrião e passa a ser conVIDAdo ou estrangeiro. Arrisca-se quem deixa de ser dono da verdade e refém do conhecido e passa a ser farejador de novos caminhos, olheiro de novas oportunidades e patrocinador de mudanças porque meter o bedelho onde normalmente não se é chamado é, às vezes, cair do cavalo… E cair do cavalo implica em sacudir a poeira e dar volta por cima de muitas análises, sínteses ou metas já elaboradas, e, quiçá, aventurar-se a descer do salto, chutar o balde e recomeçar a se reconhecer como mero aprendiz.

No criATIVO e curATIVO processo que se dá quando nos arriscamos oscilamos entre “tô sabendo” e “sei não” e – lapidados pelo princípio da incerteza – observamos que geralmente fisga melhor quem se arrISCA bem.

Manúcia Passos de Lima

1 comentário em “Fisga quem se arrISCA”

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